Poema de amor
Enquanto os meus passos procuram
nos teus a ressonância da alegria
e ambos reconhecemos a luz fascinada
do olhar, dá-me a tua mão.
O nosso caminho não é a tristeza,
nem a raiva, nem o medo.
O rio conhece-nos a voz
porque transportamos no coração
pássaros em chamas e vagueamos lado
a lado, sem tempo, sem idade.
Um desvio de malícia denuncia
a suspeita cumplicidade da brisa
que nos brinca no rosto.
Uma densa névoa lambe,
tumultuada, a pele da noite,
Ao amanhecer, quase inesperadamente,
far-se-á verão em nossas bocas.
O teu nome e o meu nome serão frutos
de esperma e saliva presos à língua.
Os teus olhos : inquietos,
deslumbrados, transparentes.
Graça Pires
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
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Amigo
ResponderEliminarAo ler estes versos, somos invadidos por sentimentos belos, arrebadores, lindos!
Longe, muito longe, tão longe,
Estás tu;
Teus olhos de céu e mar
Principiando no rosto, terminam no horizonte.
Longa é a nossa espera
E louca a nossa ansiedade porque
Lá longe
Teus braços esperam os meus
Que apenas são capazes de abraçar a noite
E prender o sonho...
Lá longe, muito longe, tão longe
Lágrimas de verdade e beijos de fantasia
Vão atapetando o caminho da chegada
Alagado pela saudade...
Maria Mamede